Serenidade

Sensibilidade...

11 dezembro 2011

das cinzas...




(Foto de Serenidade)








restam-me uns pedaços de cinzas,
não sei se os guarde,
se aguarde pelo resultado de si!
talvez os acomode numa caixinha,
a decore com uma fita branquinha.
as lance ao vento,
alimentando colheitas boas ou más,
ou as atire ao mar,
e as deixe para lá!
são pedaços,
réstias de pedaços de mim,
envelhecidas,
entristecidas pelo tempo que não as deixou ir.
foram labareda viva,
depois mortalha que me queimava lentamente, viva.
algures no tempo,
foram chama acesa e cega de paixão,
tornando-se espinhos que ao longo das estações,
permaneciam inalteradas em todas as ocasiões.
são água turva de uma ribeira pós tempestade,
a limpidez amorfa de uma escondida saudade.
são a recordação do que foi,
a inexistência do que não deixam acontecer.
a vida que se vive sem viver,
se não as quiser fazer desaparecer.
há uns pedaços de cinza ainda quentes,
um vulcão que teima em não se acalmar,
ora acordado ora em descanso,
consoante a rigidez do caminho,
que expurga as cinzas na ausência de carinho.
limpo as cinzas que se acumularam no coração
de anos de insensata emoção,
acarinho-as entre os dedos que as fitam,
enterro-as bem fundo,
para que deixem livre o meu caminho.
uma Fénix, renascida!








"Quando se deseja algo de todo o coração, está-se mais próximo da Alma do Mundo. Ela é sempre uma força positiva."




in Alquimista de Paulo Coelho








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