Serenidade

Sensibilidade...

29 agosto 2007

Ténue véu

(Foto de Serenidade)


Olhar esmorece na ternura da escuridão
sobrevivente no além do véu da paixão.
Olhar fugidio de si,
buscando o incógnito do nada,
perpétuo na luz ostentada.
Olhar de compaixão!
Ah pobre criatura que te mutilas
na busca longínqua do perdão!
Olhar de sofrimento pelo ser,
que é, sem o ser.
Inquire no manifesto.
Pesquisa no parecer.
Ingénuo olhar procura no vácuo,
incrédulo do interior albergar a sabedoria.
Olhei para dentro!
Vi, saboreei, o que gostei.
Aceitei, perdoei, o que detestei.
Olhei com Amor.
Ternura. Compaixão.
Resolvi aceitar o perdão!
Visualizo a ternura da infância.
Do Ser em crescente encruzilhada.
Na busca de ser o Farol
no meio da torrencial tempestade.
Ah, angústia do véu que perdura.
Ténue se torna. Distância incógnita!
Olhar cândido luzidio.
Firme na demanda da tempestade.
Ora vem, ora vai.
Olhar terno, firme e sereno no Além,
na luz que vê,
luminoso olhar que irradia.



"O verdadeiro lugar da Paz em meio à agitação da vida moderna
deve ser encontrado dentro do próprio Eu,
pela moderação exterior e meditação interior."

Paul Brunton
Desafio
A amiga de coração Miudaaa passou-me o seguinte desafio:
1. Pegar no Livro mais próximo
2. Abrir na Página 161
3. Procurar a 5ª Frase Completa
4. Colocar a Frase no Blog
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar o mais próximo)
6. Passar o desafio a cinco pessoas
"Por razões interdimensionais, as coisas acontecem como acontecem, e o melhor que você pode fazer é aprender a lidar saudavelmente com o que se passa."
Vitorino de Sousa - O Livro das Respostas
Passo o desafio aos blogs que quiserem agarrar este excelente desafio. Desta forma podemos partilhar mensagens e sugestões de leituras. Já tinha passado este desafio daí não destacar novamente ninguém.
Até breve.

25 agosto 2007

Diálogo com Serenidade

(Foto de Serenidade)


Mentiras seguidas de mentiras
Não deixas de Te proferir,
Anseias a verdade acima de tudo
O que fazes é sempre TE ferir!

Não enganes a desnudada Solidão
Que no teu Ser aceitas permanecer
Confiando-lhe vã, estéril, paixão
Teu Ser oprime-se no falso amanhecer.

Repara no Teu Eu em comunhão
No Uno busca o sabor da harmonia
Sentes sem sentir seus afectos
Procuras no exterior o que irradia!

Olha como és o Todo na Unicidade.
O Universo em cada átomo de alegria
A solidão é ilusão dos teus olhos
Mira Teu Eu com firme ousadia.

Confia no que Teu Eu quer para Ti
Não procures no que tua íris imagina
Olha com os olhos d’alma Teu Ser
Ele Ama-te. Tem-lo como companhia.

Solidão é ilusão do teu Ser em evolução
Caminhando com passos assustados
Nada há a recear, além da ignorância,
Do Teu Eu e Tu serem enamorados.





"Se tudo o que nos rodeia fosse suave e fácil,
permaneceríamos inertes,
letárgicos e indiferentes."

Annie Besant

17 agosto 2007

Monólogos

(Foto de Serenidade)




Sebes caiadas,
Cândidas da amargura
Que em si perdura.
Confidentes dos desejos,
dos ensejos,
das dores e temores.
Absorvem vozes de monólogos.
Diálogos proferidos,
Num timbre percebido.
Têm enraizado o pranto doce,
O grito do Fénix renascida,
O som da ferida enegrecida.
Brotam gotículas de lamúrias
Fixadas nos tempos de devaneios
Agora expulsas nos anseios
De ter, ser, o amanhã sadio.
Paredes cândidas, acinzadas,
De sorrisos entristecidos,
Da ilusão sentida
Na cumplicidade inacabada
No sentir não sentido
Dos monólogos de duas vozes
Mente insana açoita alma alva,
Que se liberta em cada grito
De voz rouca pelo anseio vivo
Do branco, no negro, ser vivido.





"Na simplicidade conhecerás a essência de todas as coisas;
no rebuscamento perderás todas elas."

Trigueirinho

13 agosto 2007

Nevoeiro de Verão

(Foto de Serenidade)

A bruma perdura,
num dia de verão,
é ver inquieto,
o pobre coração.

Ah vida que te quero,
vem dar-me tua luz,
olhar nos meus olhos,
teu feitiço me seduz.

Sente as palavras,
proferidas docemente,
água salgada atropela,
as locuções vorazmente.

No calor do astro-rei,
tua voz é brisa amena,
um pedaço de alimento,
no coração alegria imensa.

Ancora do veleiro,
andando em desalinho,
timoneiro em desespero,
abraça-me com carinho.

Sente a dor incompreendida,
a busca de porto seguro,
uma luz que ilumine,
um doce círio puro.

Não deixes a luz ir,
permanece no teu brilhar,
sente a ternura do meu olhar,
o lado esquerdo a implorar.


"Se não tentas o impossível
jamais atingirás o possível."

M. Chevreul

07 agosto 2007

Reencarnando o Medieval


Rio Olo
(Foto de Serenidade)

Fio de sangue brota de fonte oculta
Dilacerada, açoitada na pedra
De fértil nascente pura
Luzente, fado promissor,
Se metamorfoseou!
Brota sangue.
Ferido, intoxicado,
Poluído de verdade(ira)s, ilusões,
Criadas, imaginadas, num Ego pestilento,
Nutridas com o alimento da paixão.
Corre rio sombrio
Num vale onde o Sol é vadio.
Aparece, foge na encruzilhada
Nas voltas da Gaia sofrida
No sentir do rio enegrecido.
Moléculas absorvem Luz
O rosáceo começa a abalar
Na Foz, longínqua, avistada,
A ferida sarará,
O sangue nas artérias correrá,
Rio sadio fluirá.


...Já flúi...



"O mistério não é um muro onde a inteligência esbarra,
mas um oceano onde ela mergulha."
Gustav Thibon

01 agosto 2007

És Maresia

(Foto de Serenidade)


Clamo a todos os cantos
meu encanto por Ti, minha vida,
tens-me como fortuita, acidentada,
fantasia, percalço. Ser vivido?

Une palavras prescindíveis,
para que sintas meu sentir,
impossível missão a minha,
valha-me apenas proferir.

Heresia procurar aludir,
ao lado esquerdo pedir,
à boca meras verbalizações,
beleza impossível de exprimir.

Ilusão minha em teus ouvidos,
querer sussurrar docemente,
corpos unidos sentem a força,
sentir proferido ternamente.

Sonho minha voz tocar a tua,
meus dedos entrelaçando tua mão,
teu cabelo, ondas suaves que avisto,
sentir a maresia em meu coração.



"Até mesmo a ignorância é melhor do que a ciência da cabeça
sem a sabedoria da Alma para iluminá-la e guiá-la."

H. P. Blavasky

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