O chilrear do coração
a Primavera aporta com força e emoção,
a mente sente a amnésia do Inverno,
que foi passado e esqueço que foi Inferno.
Meus ouvidos, outrora surdos, atendem à harmonia,
o coração, à serenidade e ausente fantasia,
de que tudo é belo e perfeito,
é só fitar, com os olhos, com que o Todo é feito,
o Amor que em tudo é manifesto,
a alma que contaria os protestos,
da contracorrente da vida,
do impedir o fluir sadio.
No meu lado esquerdo sinto o chilrear,
a Primavera tranquilamente a ancorar,
experimento o fluir livre do rio,
o sangue desintoxicado, não mais vadio,
a beleza das serras melodiosas,
agasalham minha pele, carinhosas,
sinto-me absorvida pela serenidade
cada uma das células pulsa Felicidade.