Serenidade

Sensibilidade...

29 abril 2008

O chilrear do coração


(Foto de Serenidade)


O chilrear ouve-se no meu coração,
a Primavera aporta com força e emoção,
a mente sente a amnésia do Inverno,
que foi passado e esqueço que foi Inferno.
Meus ouvidos, outrora surdos, atendem à harmonia,
o coração, à serenidade e ausente fantasia,
de que tudo é belo e perfeito,
é só fitar, com os olhos, com que o Todo é feito,
o Amor que em tudo é manifesto,
a alma que contaria os protestos,
da contracorrente da vida,
do impedir o fluir sadio.
No meu lado esquerdo sinto o chilrear,
a Primavera tranquilamente a ancorar,
experimento o fluir livre do rio,
o sangue desintoxicado, não mais vadio,
a beleza das serras melodiosas,
agasalham minha pele, carinhosas,
sinto-me absorvida pela serenidade
cada uma das células pulsa Felicidade.
©2008, TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Há discursos que servem para comunicar.
Outros apenas para dizer palavras que parecem querer dizer coisas.
Isabel Abecassis Empis

23 abril 2008

Desce ...


(Foto de Serenidade)


Ouvi o som calado de um timbre assustado,
Parecia alertar o lado esquerdo calado,
Um murmúrio gritando pra libertação,
Da sensibilidade aprisionada no coração.
Está próximo, mesmo aqui ao lado, o Céu,
Acolhendo a estrela que esta noite apareceu,
As milhares que a tela pintam, deveras luzidias,
Todas, e mais algumas, me transmitem harmonia.
O som entoado calmamente, não foi escutado,
O grito chega, momentaneamente, assustado,
O tempo, sem tempo, está quase a aportar,
O espaço ocupado é premente aclarar.
Ouço vozes melodiosas, rejubilando,
Outras, assustadas, aos céus bradando,
Vou cantar ao som do resplandecente regato,
Ver o novo mundo com meu coração como quadro.


"Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós. Encontros fortuitos são coisa que não existe. Mas o modo como respondemos a esses encontro determina se estamos à altura de recebermos a mensagem."
James Redfield

17 abril 2008

As grilhetas que me enroupam...

(Foto de Serenidade)

Porque planeio libertar-me das grilhetas que me enroupam,
das vozes soletradas, entoadas nos murmúrios entristecidos, que se soltam,
das águas estagnadas, no fluir constante, pestilento, do dia chuvoso,
vou voar para além do que meu ser sempre almejou, carinhoso.

Porque as palavras só se conjugam no pergaminho límpido de vozes,
as letras arredias pintam, numa tela, imagens ferozes,
procuro no verbo a sentença de um juízo, sem meu juízo,
agencio um mastro, com sua robustez, na Terra me enraízo.

Porque a companhia que me rodeia é fantasmagórica,
e a parceria aspirada, no momento presente, ilusória,
a alma clama aos quatro elementos a sua revolta,
o lado esquerdo grita tempestuoso pela minha volta.

Porque meus ouvidos não ouvem o grito carinhoso,
e a razão maliciosa impede meus actos atenciosos,
buscas no que estiver ao alcance, o que está em mim,
que deixei de me permitir, na Primavera florir.
Serenidade

"Todos nós nascemos originais e morremos cópias."
Carl J. Jung

15 abril 2008

Na busca do fluir sadio

(Foto de Serenidade)


Cai água límpida de um céu acinzentado,
radioso na manifestação para com o ser amado,
abafa-me com seu manto escurecido,
os olhos pesados perdem-se, vagueando no vazio.
Desabitado de sentido, o corpo vai deambulando,
a alma grita para que seja ouvida, desesperando,
a água, de um céu próximo, desenrola-se desatinada,
na razão que não encontra, no vaguear desligada,
da essência da unicidade entre todos os seres,
da sua alma que não se permite religar e reaparecer.
Cai àgua de nascente castanha luzidia,
límpida no sentir, procurando apenas a harmonia.



"Jamais desesperes, mesmo perante as mais sombrias aflições da vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda."
Provérbio Chinês

09 abril 2008

Sou borboleta

(Foto de Serenidade)




A larva queria eclodir,
mas o desânimo de um Verão sem Sol radiante
impediam as asas de florir.
Tu aportaste no meu porto entristecido,
o Inverno tempestuoso metamorfoseou-se
no mais luminoso dia de Sol Primaveril,
em que a natureza renasce,
a semente em solo fértil nasce.
A borboleta voa, agora, esplêndida, maravilhada,
a semente do amor cresce alimentada,
pelo teu amor que o meu lado esquerdo toca,
pelo teu olhar que o meu foca.




"Aquele que vive sem loucura não é tão sábio quanto pensa."
François de La Roche Foucault

06 abril 2008

És...

(Foto de Serenidade)





Tulipa negra, rara, frágil, delicada,
procurei-te, encontrei-te, agora sinto-me amada.
Orquídea luzente, esquiva, selvagem,
contigo entrei nesta maravilhosa viagem.
Rosa veemente, majestosa, espinhosa,
dás-me constantemente teu amor carinhoso.
Lírio amarelo, ambicioso, cintilante,
irradias tua luz nos espelhos que são meus olhos deslumbrantes.
Narciso brilhante, tocando suave melodia,
que escuto em contínua harmonia.
Frésia com seu perfume inebriante,
que nunca deixa meu corpo como antes.
Jarro elementar, despretensioso na aparência,
a quem meu coração faz amorosa reverência.
Passiflora exuberante, violácea, apaixonada,
que amo serenamente, sentindo-me acarinhada.



"Às vezes, certas coisas estão no nosso caminho, mas não chegou a nossa hora, elas passam apenas de raspão, sem nos tocar - embora sejam suficientemente claras para que possamos vê-las."

Paulo Coelho

03 abril 2008

Silencio


(Foto de Serenidade)




Silencio a voz que grita em tom sombrio,
a alma que viaja na ausência de movimentos evasivos.
Silencio o coração que grita por compaixão,
a mente que mente constantemente sem razão.
Vejo o invisível, na pratica não praticada,
antevejo o manifesto na acção caprichosa, mal amada.
Silencio a alma que grita aos quatro ventos,
para não mais permitir momentos de tormentos.
Ver o amor patenteado no dia-a-dia,
exteriorizar por si o bem-querer sadio.
Silencio o coração que sente com a razão,
ordeno-lhe que ouça a melodia da emoção,
sinta a plenitude de tudo em si ter,
de tudo permitir-se ser.
Silencio as ordens desordenadas,
de gestos traiçoeiros amedrontados,
mãos que agem sem vontade do coração,
fogem da execução que por si tem paixão.
Silencio a voz que grita por silêncio,
clamo meu amor sadio de contentamento.




"...há mais possibilidades em cada momento de cada vida do que podes imaginar."

Neale Donald Walsh



01 abril 2008

O teu olhar

(Foto de Serenidade)

Olho no mais profundo da tua íris,
vejo um túnel escuro ornado de telas onde não existi.
Passeio devagar por todas, sem excepção,
sinto lágrimas e sorrisos, de colossal emoção,
um brilho resplandecente nos momentos de natividade,
uma luz apagada na perdição inconsciente da mocidade,
sorrisos sonoros, a par de brincadeiras carinhosas,
lágrimas genuínas que se eternizam na separação tempestuosa.
Ressurge a luz encenada na pele de personagens apaixonadas,
vivem a dádiva de, na Terra viver, amando e sendo amadas,
o amor partilhado, cúmplice, entre os filhos que concedeu a mãe Gaia,
semeiam a semente do bem-querer, entre as quatro rotas aportando, na praia.
Telas de mil cores, sentimentos repletos de sabor,
maresia iluminada, arco-íris de intenso calor,
lar vivendo a harmonia e o amor afectuoso,
criaturas radiantes no olhar espelhando sorrisos luminosos.
É ver o escuro túnel alegremente se dissuadir,
volver o gáudio de viver, a benquerença sem medo sentir.
Olho a tua íris, na sua superfície luzente,
vejo-me espelhada nos fluidos alquímicos do teu amor ardente.



"Nada mais tão útil ao Homem como a resolução de não ter pressa."
H. Thoreau

Free counter and web stats