Serenidade

Sensibilidade...

25 junho 2008

Dualidade

(Foto de Serenidade)


Dual a vida se perde,
o tempo sem tempo perece,
a lonjura entre a mente e o coração,
o querer encurta a ligação.
Exalas o suspiro da vida,
entre teus materiais a união não finda,
moléculas agitadas na ânsia de viver,
inquietas no acorde da existência aparecer.
Expiras o natural sorriso da inocência,
o Amor acompanhado na cadência,
dos sons celestiais prostrados na Terra,
na exuberância da colossal serra.
Dual, a vida é vivida,
na junção da requerida harmonia,
entre os opostos, que se repelem,
na aceitação que requerem.



"Tanto os homens como as mulheres devem ser simultaneamente suaves como uma pétala de rosa e fortes como uma espada..."
Osho

19 junho 2008

Voam as palavras


(Foto de Serenidade)


Voam as palavras reflectidas,
pisam a calçada da vida requerida,
planam no verbo que foi dito,
olvidando o vínculo ao sentir sentido.
Perversa a mente, mente desenfreada,
inquieta a alma, que se ajuíza mal amada,
perturba o coração que experimenta a dualidade,
inquisitivo na percepção dos factos, a veracidade.
Voam as palavras agrilhoadas,
embatem no lado esquerdo magoado,
na hesitação do não percepcionar a realidade, conjugada,
entre a mente que mente e o coração que a verdade sente.


"A coisa mais importante que devemos compreender acerca da vida é que esta é um paradoxo. A vida só existe porque somos paradoxais. A vida não é lógica, é paradoxal."
Osho

17 junho 2008

Frontalidade


(Foto de Serenidade)


Ah vida, que me atiças,
leva para longe os teus chicotes.
Quero a beleza da veracidade dos sentires,
o olhar, que não mente, nada me diz,
a contínua angústia da exequível ilusão de ser feliz.

Ah vida, tenho fome e sede de ti,
quero saciar-me com a frontalidade da veracidade
e alcançar a plena felicidade.


O sorriso não consegue esconder a dor sábia da sabedoria interna, de quererem que não se tenha conhecimento, do que já se sabe, não se sabendo muito bem como!
Carla

13 junho 2008

Metamorfose

(Foto de Serenidade)


Ser em metamorfose,
magia da mágica transformação,
a lagarta que fui findou,
agora, borboleta arraigada em evolução.
Amor, com seu toque de magia,
embriaga a mente, aprisionada na hedionda heresia,
desenrola as malhas do medo, entrelaçadas,
acolhe a confiança, na alma de cor arraigada.
O Sol já nasceu no horizonte,
do nada surge a luz, reformulada fonte,
a constante unicidade, o ciclo da vida,
a procura constante de já ter a harmonia,
certa que me metamorfoseava da negrura,
incrédula de já ter em mim a candura,
procurei a satisfação da minha insatisfação,
saboreie a percepção do meu ser em evolução.




"A beleza da alma resplandece quando um homem enfrenta, com dignidade, um pesado obstáculo atrás de outro, não por ser imune a eles, mas por ser um homem de carácter elevado e heróico."
Aristóteles

11 junho 2008

Quimera manifesta

(Foto de Serenidade)



Sonhei que voava nas asas das nuvens brancas,
nas veredas de uma vida franca,
divaguei entre mares e oceanos de átomos,
vi a vida de um dos lados do heptágono.
Vi chegar a mim uma luz luminescente,
que me embriagou, tornando-me reluzente.
Vislumbrei o azul atrás do cinzento do alto,
o preto não mais é que o todo, não falso.
Fantasiei estar em teus braços,
aconchegados, qual nosso retrato.
Devaneei nos sonhos já vividos,
almejei os sonhos vindouros, não esquecidos.
Visualizei com os olhos da minh’alma,
o nosso fado estupendo, imerso de calma.
Vi teus sonhos realizados,
irmanados aos meus, idealizados.
Sonhei a realidade do teu sorriso,
que se confunde com a beleza do narciso.
Acordei e contemplei que em nada fantasiei,
era realidade na vida que, outrora, sonhei.


"Tens uma vela magnífica dentro de ti à espera de se tornar a luz da tua alma. Quando essa chama interior arder intensamente, sentirás um despertar magnificente na tua vida. "
Bradford Keeney

09 junho 2008

...


(Foto de Serenidade)

Obrigada por tudo



Felicidade.
Harmonia.
Paz.
Bondade.
Alegria.
Sabedoria.
Vitalidade.
Verdade.
Divertimento.
Compaixão.
Abundância.
Perdão.
Equilíbrio.
Coragem.
Amor.

Destinado a todos os que por aqui passeiam e em especial à minha querida Saturno, Sarinha, que hoje é, também, uma aniversariante.

06 junho 2008

Caixinha de música

(Foto de Serenidade)





Guardo na minha caixinha de música,
as lembranças de um tempo sem tempo,
onde a memória perde o fio à meada,
onde a lembrança omite que o hoje foi semeado.
Guardo no meu coração as emoções,
de que tenho recordação,
a alegria sentida, a tristeza reprimida.
No sorriso que te dou,
abrigo a eloquência do meu coração,
que se abriu e rápido te amou.
Nas lágrimas caladas, silencio a dor da ilusão,
cuja expectativa incitou decepção,
e a água fluida feroz escorregou.
Silencio a voz que sai trémula,
arquivo-a no armário perto da janela,
na intenção de captar a luz embriagante,
e ressurgir deveras dialogante.
Enriqueço a minha árida recordação,
alimento-a com mais singela e cintilante emoção,
os momentos de glória,
que me estão na memória,
teus olhos amendoados que me acariciam,
as gargalhadas melodiosas que felicitam,
teu toque meigamente abençoado,
por mim, assombrosamente amado,
neste escasso tempo sem tempo de duração,
aprisionado no meu atribulado coração.
Guardo as tristezas partilhadas,
os instantes de angústia aprisionadas,
o Amor que gera Amor no seio do temor,
o desprendimento da ilusão acatado com ardor.
Abrigo a minha caixinha de música,
entre os lençóis que nos agasalham,
ofereço-te a melodia por ela declarada,
repleta de afeição por ti encarcerada.





"A cada ano que vivo, mais me convenço de que desperdiçar a vida é todo o amor que não demos, os poderes que não usámos, a prudência egoísta que nos impede de arriscar e que, fugindo à dor, nos impede também de alcançar a felicidade."
Mary Cholmondeley

01 junho 2008

Ciclo d'alma

(Foto de Serenidade)




Nasci de um regato de água transparente,
corri nas pedras que gritavam de contentamento,
pronunciavam a opressão e a turbulência,
aprisionada na pujança da sua falência,
meus ouvidos surdos sentiam o som,
agastado na correria da pronunciada emoção,
rejubilavam pela passagem de mim,
que circulava aligeirada pró ilusório fim,
morri nos braços poluídos de uma confluência,
às gotas de salgadas águas que corriam, fiz reverência,
viajei amedrontada, para lá das nuvens amarguradas,
nas asas do anjo, que me esperava, docemente embriagado,
o licor dos Deuses bebi, no além ressurgi,
enfastiada com a beleza desvaneci,
vi o branco e o cinzento, vi a astúcia da criação,
vi a mestria, vi o Amor que o Homem tem no coração.
Tanto nasci, quanto morri,
nos braços do Amor sempre permaneci,
num fluir de atropelos perfumados,
sinto-os fétidos no instante apresentado,
sangram as feridas, lambo-as com amargura,
curo-as com o sabor adocicado do sangue que perdura,
procuro o fluir sadio na correnteza do sanguinolento rio,
liberto-me das amarras criadas, a jusante, tal a pureza do riso,
equilibro o meu ser, na criança que se esconde amedrontada,
nomeio-a orientadora na remanescente caminhada,
onde o Amor, a Alegria e a Liberdade haverão de perdurar,
para mais tarde um novo nascimento, pós morte, se dar.
" Encara os factos como uma criança pequena e está preparado para abdicar de todas as tuas noções preconcebidas. Segue humildemente todo e qualquer abismo a que a natureza te conduz, senão nada aprenderás."
T. H. Huxley

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