Mulher apaixonada
dói o riso fingido,
dói a dor da desilusão,
do verbo dado enegrecido.
A voz deixou de se ouvir,
mutilada na dor da afonia,
o rio parou de correr,
o riacho mais do que devia.
Parou a passagem do enredo,
um corte na película gravada,
uma história cortada em farrapos,
pelos amantes deveras enamorados.
A voz calada na rouquidão,
de um grito dado de exaustão,
na dor infligida sem querer,
de tanto bem-querer e paixão.
A dor parou na estação,
onde a palavra foi soberana,
expressa na voz imperfeita
de uma mulher apaixonada.
"Se for para esconder, não faças"
(Autor desconhecido)