Serenidade

Sensibilidade...

29 abril 2011

Recosto-me

(Foto de Serenidade)





Recosto-me na cadeira,
da qual olho-te e escrevo-te,
não percebes a razão desta insistência,
não reparas na realeza da inocência,
nem porque navego nas águas agitadas do dia,
nem porque insisto em encontrar-me na poesia.
Talvez um dia o Sol segrede a razão do Luar,
quem sabe se o Mar permitirá um sereno navegar.
Recosto-me no teu abraço,
questiono a cor deste belo laço,
pergunto à brisa, que me beija, para onde vai o barco,
se para um fluido rio ou um sórdido charco.
Um beija-flor segreda-me que isso pouco importa,
que viva o momento e logo se abrirá uma linda porta!
Recosto-me no aconchego do meu ninho,
sinto dor e alegria, concedo-lhes um terno carinho.


"Ninguém consegue mentir, ninguém consegue esconder nada, quando olha olhos nos olhos."

Paulo Coelho

Retalhos








21 abril 2011

Há um todo, num nada!


(Foto de Serenidade)




Há um todo, num nada!
Não existe nada no que parece haver!
Há muito em tudo o que é,
até na vacuidade há o que há
sem haver o que já não é!
Há uma imensidão num silêncio prolongado,
na escuridão de um olhar fechado!
Há um nada nas pérfidas palavras que saem de um coração dorido,
nos olhares vorazes em que o som é mudo.
Há males que transmutam-se em felicidade,
bens que evidenciam-se ameaçadores.




"Se acredita na vitória, a vitória acreditará em si. Arrisque tudo em nome da oportunidade, e afaste-se de tudo o que lhe ofereça um mundo de conforto."

in O Vencedor está Só de Paulo Coelho




13 abril 2011

Não há nada!

(Foto de Serenidade)



há uma força deveras superior!

há ânsia de imenso amor!

há ânimo que desliza entre os dedos,

qual grãos de areia fina que deslizam

pelos vales macios de uma ténue Primavera.

há amor! Tanto! qual Universo em expansão!

há forças verticais que me enterram,

há impulsos que me impelem a voar.

há anjos com rosto e sorriso terno,

há demónios invisíveis e vorazes.

há sopros de vozes longínquas,

há sons próximos que não se ouvem.

há tanto que não sei!

há uma imensidão do que sei e que não sei que sei!

há o que sei e que não sai mim! Ninguém quer ouvir!


O sábio sente-se em casa em qualquer país. O universo inteiro é o lar de uma alma nobre. (Demócrito)


Retalhos


11 abril 2011

Sedução


(Foto de Serenidade)

...e quando se pensa que já se fez tudo o que se podia, a vida surpreende-nos,

serve-nos um banquete onde o sabor mais apetitoso é o da paixão,

brinda-nos com um delicioso licor com um trago a sedução,

e, resta-nos inovar, conduzindo as emoções até onde nos levar a imaginação!



“Eu amo-te, não só pelo que és, mas pelo que eu sou quando estou ao teu lado.”

Roy Croft



06 abril 2011

Inquietação


(Foto de Serenidade)

Apertas o peito com espartilhos,

pergunto-me porque aportas tão de mansinho!

Inibes que a livre circulação suceda,

deslizante como uma bonita seda!

Aceleras a circulação que percorre minhas veias,

porque não tiras de mim, umas férias?!

Acarretas ao lado esquerdo um esforço incomensurável,

transmites-me um sufoco miserável.

Porque voltaste a ancorar em mim

quando já te via ao longe, num túnel sem fim?!

Explica-me porque aportaste neste porto inseguro?!

Que receio escondes nesta escuridão sem fundo?!

Hoje o Sol é bem visível à minha escassa visão,

porque não a vê o meu pobre coração?!

Que da vida quer Felicidade,

não esta enorme ansiedade!

Não vislumbro razão para a tua existência,

a não ser a semente que não germina… preciso da tua essência!


A primeira grande virtude de quem busca o caminho espiritual: CORAGEM.

Paulo Coelho in As Valquírias


01 abril 2011

Engano


(Foto de Serenidade)


Enganei-me quando senti, por instantes, segurança,

julgando-me possuidora das minhas emoções, tinha confiança…

Confirmei a efemeridade das situações,

tal qual o imenso corrupio de emoções.

Enganamo-nos, mentimo-nos, maltratamo-nos,

um constante desencontro onde, a todos, aldrabamos.

Enganei-me quando julguei que a felicidade iria perdurar,

tendo aportado em mim, imaginei que não mais se iria retirar.

Engano meu! Tudo perdura por instantes.

As estações do ano, a sucessão dia e noite, são exemplos relevantes.

Como poderia querer falsear a natureza do Universo,

construir as leis da essência da minha vida, teria um efeito perverso.

Enganar-me é o mais assustador,

acarretaria um sem fim de dor.

Viajarei no barco das circunstâncias que em mim aportem,

verificarei que todas, algures, morrem…

"A energia da Terra precisa de ser renovada constantemente. O corpo e a alma precisam de novos caminhos para se unirem harmoniosamente.

in Crónica de Paulo Coelho - Fim dos Preconceitos



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